Compactos adotam fórmulas diferentes para facilitar a vida no trânsito. Qual se sai melhor?


A maior diferença é que na caixa automatizada as trocas são mais demoradas. Como se trata de um câmbio manual com trocas robotizadas, é possível identificar claramente o hiato existente entre o desengate de uma marcha e o engate da próxima. Nesse momento de desaceleração, em que não há nenhuma marcha engrenada, há uma leve movimentação do corpo para frente, por inércia. Nos automáticos, esse intervalo é bem menor.



Além do tempo de engate, há outras diferenças entre os sistemas, afora a presença do conversor de torque no automático e do conjunto platô-disco no automatizado. Uma delas é que, se você parar em um leve aclive e soltar o pedal de freio, o Fox volta, coisa que não ocorre nos automáticos. O sistema ASG (Automated Sequential Gearbox) da VW antecipa as trocas. Por causa disso, assim que o carro entra em movimento ele já engrena a segunda. O objetivo da fabricante com as trocas em giros baixos foi melhorar a economia, mas à custa de perda de parte da agilidade que caracteriza o carro.
O 1.6 do Fox (oito válvulas, comando simples) rende 104 cavalos, enquanto o 1.6 do Sandero (16 válvulas, dois comandos) dispõe de 112 cv. O torque é quase o mesmo (15,6 kgfm no Fox, 15,5 no Sandero), mas no Volkswagen ele está disponível já a 2.500 rpm, uma rotação bem mais baixa que os 3.750 giros do Renault. Isso explica as retomadas melhores do Fox. Quanto ao consumo, nenhum dos dois é muito econômico, mas o Fox gastou um pouco menos na cidade e bem menos na estrada, como pode ser visto no quadro de resultados.
O Sandero está bem mais silencioso, resultado da melhoria no isolamento acústico da linha 2012. Por causa disso, ouvem-se menos os ruídos do motor, da transmissão e da suspensão. Mesmo assim, o Fox ainda é um pouco mais silencioso, como pode ser conferido no teste do decibelímetro.
 Em termos de espaço, não há surpresas. O hatch da Renault é o único da categoria capaz de acomodar com conforto cinco pessoas, tamanho G. O Fox também tem teto alto, o que aumenta a sensação de espaço. Com 1,54 m de altura, o VW é 1,5 cm mais alto que o Sandero. Mas em largura e comprimento o Sandero leva clara vantagem: o Renault é 10 cm mais largo e 20 cm mais comprido. Isso significa maior área livre para pessoas e bagagens. Pelas nossas medições, o Sandero tem capacidade para 318 litros, contra 257 litros do Fox.
Se em espaço o Sandero é imbatível, em termos de conforto o Fox leva a melhor. As duas versões topo de linha são bem equipadas, mas o Fox leva algumas vantagens em termos de conforto: nele, o volante é ajustável em altura e profundidade (só em altura no Sandero). Além disso, todos os botões dos vidros têm função “um toque”, facilidade inexistente no Renault. O marcador de combustível do Sandero não merece muito crédito, porque é bem impreciso (marca mais que o real). Os dois vêm com computador de bordo. O Renault não tem termômetro de temperatura externa, informação presente no Fox, só que de forma inexata: na semana em que os termômetros de São Paulo registravam as temperaturas mais baixas do ano, para o “nosso” Fox estava fazendo 33 graus. Haja otimismo!

fonte:http://revistaautoesporte.globo.com/Revista/Autoesporte/0,,EMI273195-15846,00.html