A sensação de déjà vu é justificada: o Optima carrega formas idênticas às do Sonata, sedã que a Hyundai lançou no Brasil em novembro e cuja fila de espera é de pelo menos 60 dias. Apesar de nascidos da mesma mãe - Hyundai e Kia pertencem à Hyundai Motor Company -, Optima e Sonata são gêmeos de personalidade parecida, mas que têm lá seus traços peculiares. 

Show de luzes As duas pequenas barras de leds acima dos faróis de neblina funcionam como luz diurna e cumprem a missão de chamar atenção. Nem precisaria: a carroceria tem, por si só, um alto poder de atração. O conjunto ótico segue o estilo radical e tem faróis e lanternas grandes, que invadem o perfil da carroceria. Na frente, destaque para o canhão de xenônio e quatro elementos translúcidos sem função, assim como as imitações de saída de ar nos paralamas, que sequer são vazadas. Na traseira, os leds (nas luzes de lanterna e freio) conferem um ar de requinte e modernidade, ainda que a iluminação dos piscas e de ré seja feita por lâmpadas convencionais. E há ainda detalhes mais marcantes e exclusivos, como o recorte superior do para-brisa, remetendo ao formato da grade que equipa todos os Kia. 

Por dentro, o Optima se mantém igualmente impactante. A parte do console central que abriga os comandos do rádio e do ar-condicionado é voltada para o motorista em 9,6 graus em relação à linha frontal do painel. É pouco, mas suficiente para dar ao piloto uma sensação de cockpit. O clima envolvente se completa com o correto posicionamento das alavancas e botões de acionamento dos equipamentos e, principalmente, com as borboletas de trocas de marcha no volante, que abriga também os controles de piloto automático e rádio. 

Pacote surpresa O presidente da Kia no Brasil, José Luiz Gandini, antecipou alguns itens do sedã: "Nessa categoria, ABS, ar digital e airbags são obrigatórios. Mas ele também virá com xenônio, Bluetooth, chave presencial e camera de ré". Gandini também revelou que a empresa continua em dúvida com relação às rodas que equiparão o Optima. "As de aro 18 com pneus de perfil baixo combinam mais com o visual esportivo, mas não com nossas ruas esburacadas", afirma. Com previsão de estreia para abril e preço estimado em 105000 reais - exatamente o mesmo valor do Sonata -, o Optima chegará em versão única, mas o teto solar duplo, com abertura elétrica da folha dianteira, será opcional. "Esse equipamento pode representar um custo extra para quem vai blindar o carro. Mas, como opcional, acontece o contrário. Ou seja, o consumidor ainda economiza uns 5000 reais", diz Gandini. 

A unidade cedida para nossa avaliação foi a mesma que a Kia utilizou para os ensaios de homologação no Brasil. Na pista de testes, o Optima registrou tempos ligeiramente inferiores aos do Hyundai Sonata. Ambos os carros são idênticos também no conjunto mecânico: motor 2.4 16V e câmbio automático de seis marchas com opção de trocas sequenciais. Com 180 cv de potência e 23,6 mkgf de torque, o quatro-cilindros tem suas virtudes realçadas pelo excelente trabalho da transmissão. Rápida, silenciosa e muito bem escalonada, é da caixa de marchas a maior parte dos méritos da boa dirigibilidade do sedã, principalmente nas retomadas. Nas curvas, o controle de estabilidade entra em ação ao primeiro sinal de apetite exagerado do piloto, freando o carro (e o ímpeto do piloto) de maneira equilibrada, mas um tanto ruidosa em função das "mordidas" sequenciais das pinças nos discos de freio. 

Com 4,85 metros de comprimento e 2,80 metros de entre-eixos, o Optima reserva bastante espaço para a família. Atrás, onde o piso central é semiplano e há boa distância em relação aos bancos da frente, os convidados viajam confortavelmente - há, inclusive, saídas de ventilação dedicadas no console central. 

No início do ano, a Kia chegou a anunciar que criaria uma tabela de preços de revisões e das principais peças de manutenção, a fim de evitar os valores abusivos cobrados por algumas de suas concessionárias. No entanto, 2010 acabou e nada mudou. Agora o presidente da marca garante: "A estratégia de trabalharmos com revisões e peças com preços fixos será colocada em prática nos primeiros meses de 2011". A se confirmar, será mais um forte argumento para não sentir saudade do velho Magentis.



fonte:http://quatrorodas.abril.com.br/carros/testes/kia-optima-2-4-16v-618985.shtml